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A mostrar mensagens de outubro, 2010

Querido bicho

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Ter um animal de estimação costuma ser objectivo de todas as crianças, ou pelo menos da maioria. Contudo, nem sempre os pais correspondem às suas vontades. As crianças tornam-se adultas e só então têm a real liberdade de adquirir, adoptar ou acolher um bichinho. Refiro-me sobretudo ao anjinhos de quatro patas, como DeRose lhes chama, os cães, ou aos gatos, estes não tão dados a folguedos. Mas é um espécime deste último grupo que me leva a escrever, um safadinho peludo, amigo, e companheiro. Um gatinho branco e cinza que todos os dias pára na minha janela para me cumprimentar e quem sabe entrar em casa alheia, caso lhe seja concedida permissão para tal.   O seu nome, Faísca, o gato do vizinho, que acrobaticamente e sem hesitar salta da varanda de sua casa para o parapeito da minha janela e desta para a minha varanda. Não raras vezes, quando acordo já ele se encontra lá, e à noite quando chego, bem tarde, o cenário é o mesmo. Por vezes, depois de muito chamar eu abro a janela e numa p

A noite

Saio para a noite fria de Outono, caminhando pelas ruas estreitas de pedra, aprecio o vapor produzido pela respiração. Sentindo o ar na face, esboço um inevitável sorriso, de prazer, pelas coisas mais simples. A luz forte, amarelada, brinca com a minha sombra enquanto passo a passo anoto o recolher das gentes, trabalhadores que gozaram o seu merecido descanso e que melancolicamente vêem aproximar-se uma nova semana, nova luta. Os últimos insectos ainda clamam nos campos e a lua altiva distância-se ainda mais do mundano humano. Entre as manchas enegrecidas que são as nuvens, duas ou três estrelas brilham lá do alto, como que se a noite me piscasse o olho. Inspiro de forma profunda e a aragem, agora ainda mais fresca, percorre as vias respiratória com vigor, inundando não só os pulmões, mas todo o corpo e mente com uma lufada de energia.

Corro!

Coloco os phones, pressiono o play dando início a uma batida fluída. Saio para a rua. Corro! Inspirando o ar fresco que me revitaliza. Inspiro profundamente, inalo vida. Com sorriso nos lábios, sinto a vibração da terra batida sob os meus pés, o contacto com o solo a tempos regulares e os momentos em que flutuo impulsionado entre passadas. Asfalto, terra, relva. Corro! Sinto o calor do exercício, sinto-me bem. Gente que passa por mim com pressa, a correr, mas sem prazer, a corrida da vida que urge. Corro! Sem destino, corro por gosto. Sinto a gota de suor que desliza pela testa, corro mais, alongo a passada, levanto mais os joelhos. Salto obstáculos, movimento a cabeça ao ritmo da sonoridade musical. Corro! Sentindo a brisa marítima bater-me no rosto, movimento os braços coordenadamente, com os punhos fechados mas sem os contrair. Corro solto, mas com decisão. Acelero um pouco, à medida que olho o horizonte, onde o mar acaricia o céu azul. Corro! A batida cardíaca aumenta, a res