Seus Olhos

Este foi um dos poemas que marcou a minha adolescência.

Seus olhos - se eu sei pintar 
O que os meus olhos cegou - 
Não tinham luz de brilhar. 
Era chama de queimar; 
E o fogo que a ateou 
Vivaz, eterno, divino, 
Como facho do Destino.

Divino, eterno! - e suave 
Ao mesmo tempo: mas grave 
E de tão fatal poder, 
Que, num só momento que a vi, 
Queimar toda alma senti... 
Nem ficou mais de meu ser, 
Senão a cinza em que ardi.

Almeida Garrett, Folhas Caidas.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

A oportunidade

Shaktí* (XI)

Shaktí* (X)