Egrégora
A música chegava-lhe aos ouvidos de forma gradual. O volume ia aumentando e a sonoridade contagiante fez com que sentisse uma enorme vontade de averiguar de onde provinha tal som dançante.
O sol dirigia-se já para a linha do horizonte e o céu estava com tons magníficos de fim de tarde.
À medida que caminhava pelas areia finas da praia, sentia a frescura do oceano, cada vez que uma onda mais ousada lhe tocava os pés.
Depois de subir uma pequena duna, viu um grupo de jovens a dançar no areal, de braços elevados, balançando-os e movendo-se com graciosidade. Sorriam, cantavam, fechavam os olhos e deixando-se levar fluíam em perfeita harmonia.
O sol banhava os seus corpos, uns bronzeados, outros brancos, femininos e masculinos, mas todos iguais, repletos da mesma energia contagiante.
Sobre a areia onde se encontravam, formavam-se desenhos coreográficos, dos pés que deslizavam sobre ela com graciosidade.
Com a noite veio o luar, que continuou a abrilhantar o ânimo dos presentes. A energia fluía impressionantemente constante.
Por fim, alguém acendeu uma fogueira e pela noite dentro ouviram-se risos, histórias, contos. Uma união e amizade transpiravam de cada palavra, suspiro, gesto, carícia, sorriso.
Apoiando-se uns nos outros e aninhando-se de forma confortável e bela, foram adormecendo reconfortados pela lua que preenchia o céu. Também ele adormeceu na duna de onde observara extasiado, durante horas, esse espectáculo.
Acordou com um toque suave e doce. Ao abrir os olhos, um sorriso branco e sincero deu-lhe os bons dias. Estava no meio daquelas maravilhosas pessoas, sempre estivera. Contudo, no seu sonho, tinha sido observador externo. Agora que voltara a si e a ter plena consciência, sentia uma enorme alegria por fazer parte desse grupo tão especial.
Comentários
Sabes que tens o dom da escrita?
Pois bem, por favor, será que poderias escrever mais vezes para nos deliciarmos com teus textos? ;)
Um abraço de forte amizade do Mário;)
Um abraço forte.